Há quem diga que o sucesso agrícola brasileiro se deve ao clima tropical e à região geográfica. Claro que ter uma das maiores extensões agricultáveis do mundo é um fator preponderante. Mas não se pode esquecer de que a ciência e a tecnologia sempre foram os carros-chefes do país que é o quarto maior produtor global de algodão. O que é especialmente beneficiado pelo clima brasileiro é a incidência de pragas do algodão, problema para o qual já se vê uma solução: a aplicação aérea.
O algodão é uma cultura muito sensível à ação das pragas e à movimentação de maquinários nas lavouras. Na contramão, a pluma brasileira é muito apreciada pelo mercado estrangeiro, por sua qualidade e compromisso com a sustentabilidade.
Unindo esses quatro fatos, fica difícil negar a importância da aplicação aérea para controlar pragas, sendo essa modalidade eficiente contra o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), inofensiva contra a cultura, flexível diante de adversidades climáticas, alinhada à produção sustentável, entre outros benefícios que serão listados a seguir.
7 motivos para escolher a aplicação aérea no manejo do algodão
A safra 2022/23 de algodão tem como foco recuperar a produtividade perdida na temporada passada, diante da demanda do setor têxtil que vem aumentando nos últimos meses. A expectativa é de um crescimento de 12% na produtividade da pluma nesta temporada, uma das maiores quantidades dos últimos 10 anos, ficando atrás somente da safra recorde de 2019/20.
O maior desafio para cumprir as metas de produção é o manejo de pragas, cuja pressão costuma aumentar em períodos chuvosos. Com o alto custo de produção (20% superior ao do segundo semestre de 2021) e a necessidade de evitar operações que possam intervir no bom desenvolvimento das plantas, a aplicação aérea de inseticidas torna-se estratégica, uma vez que otimiza os recursos e entrega a proteção de que as lavouras precisam.
Para entender em detalhes as vantagens que a aplicação aérea proporciona ao cotonicultor, serão destacados os fatores mais relevantes dessa modalidade de pulverização.
Lavoura de algodão em período de posicionamento de inseticidas. Fonte: Mais Agro, 2021.
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Agilidade operacional
A aplicação aérea permite cobrir áreas extensas em um menor período de tempo. Estima-se que essa modalidade seja 10 vezes mais rápida que a terrestre. A rapidez no processo é importante para o controle de pragas do algodão, especialmente em regiões em que o regime de chuvas é intenso.
Com uma aplicação mais rápida, são alcançados os seguintes benefícios:
- diminui-se o risco de interromper a operação por conta de precipitação repentina;
- confere-se agilidade para que toda a área receba o tratamento adequadamente;
- há mais assertividade quanto ao tempo de ação do produto, com menos chances de ser lavado pela chuva, evitando perdas de investimento no manejo.
Dessa forma, a agilidade da aplicação aérea é uma vantagem para o cotonicultor, especialmente em áreas extensas, em que o clima cerceia o tempo disponível para as operações de manejo.
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Uniformidade de aplicação
Manter a velocidade de deslocamento do avião ao longo do processo é muito mais viável do que na aplicação terrestre, visto que o maquinário pode sofrer intercorrências físicas provenientes do solo, algo pouco provável na aplicação aérea. Com isso, a uniformidade da pulverização, ou seja, a quantidade de produto depositado por metro e a cobertura integral das plantas, torna-se tangível. Na prática, isso oferece as vantagens de proporcionar que cada uma das plantas sejam protegidas por igual e de evitar desperdícios com volume excessivo da solução.
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Independe da condição do solo
A aplicação aérea corre menor risco de ter que ser recalendarizada por conta das condições do solo, visto que atrasos nas operações terrestres são comuns quando a alta umidade inviabiliza o deslocamento dos maquinários nas lavouras. Assim, realizar as operações de pulverização por meio de avião oferece mais assertividade de planejamento, haja vista a independência operacional diante das condições de solo.
Além disso, por não estar em contato direto com a lavoura, a aplicação aérea não causa compactação do solo, algo que costuma ser uma consequência negativa do processo de manejo terrestre.
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Não causa danos às plantas
Ao contrário do que se verifica em operações de aplicação terrestre, a pulverização com avião não causa danos mecânicos às plantas do algodão, que podem ser afetadas pela movimentação dos maquinários na lavoura.
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Eficiência no controle de pragas agressivas
Algumas pragas apresentam alto potencial de danos e podem avançar de maneira muito rápida nas lavouras, provocando sérios prejuízos, caso medidas de manejo não sejam tomadas a tempo de controlá-las. Nessas situações, a rapidez e a agilidade da aplicação aérea são dois grandes aliados, uma vez que se torna possível conter o avanço desses organismos com a eficiência necessária.
Vale lembrar que são comuns atrasos nas aplicações terrestres devido a limitações que envolvem condições do clima e do solo, assim, contar com a aplicação aérea pode contribuir para um controle rápido e impedir danos severos à produtividade.
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Economia financeira
A aplicação aérea gasta menos de 10 litros de água por hectare tratado, o que configura uma economia do recurso frente à aplicação terrestre. Mais relevante ainda é a redução dos custos com combustível, pois a operação geralmente demanda menos de 1 litro por hectare, um número bastante inferior aos gastos dos tratores. Tudo isso resulta em otimização de recursos e economia financeira para o produtor, que alcança resultados satisfatórios de controle de pragas, com um custo operacional menor.
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Precisão geográfica
O sistema de GPS (Global Positioning System) da aeronave de pulverização permite uma aplicação mais precisa, direcionando o produto somente na área realmente selecionada para tratamento, o que evita a contaminação ambiental do entorno e a presença de ativos inseticidas inapropriados em cultivos próximos.
Esse tipo de tecnologia das operações aeroagrícolas permite o monitoramento eletrônico dos aviões, facilitando a fiscalização das aplicações, além de melhorar o acompanhamento de aspectos meteorológicos, análises de deriva e de bioindicadores.
Controle de pragas do algodão e a aplicação aérea
Os 7 benefícios da aplicação aérea aqui listados podem ser estendidos para diversas culturas, sendo vantagens das operações aeroagrícolas de maneira genérica. No vídeo a seguir, é possível compreender um pouco mais sobre esse método de manejo na agricultura:
Quando se pensa especificamente na cultura do algodão, esses pontos positivos se fazem ainda mais importantes, tendo em vista o comportamento das pragas que prejudicam a cultura, em especial o bicudo-do-algodoeiro.
A alta infestação de pragas no algodão demanda eficiência no manejo e viabilidade do ponto de vista operacional, por isso, os cotonicultores têm optado pela aplicação aérea de inseticidas, que supre essas necessidades. Com as ferramentas adequadas e um MIP (Manejo Integrado de Pragas) bem-planejado, a cotonicultura brasileira pode avançar ainda mais, galgando melhores posições no ranking mundial e agregando valor ao produto, o que resulta em mais rentabilidade ao agricultor.
Por que a aplicação aérea é vantajosa para o controle do bicudo?
Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis). Fonte: Mais Agro, 2021.
Capaz de comprometer até 95% da produção de uma lavoura, o bicudo-do-algodoeiro tem se mostrado cada vez mais desafiador. O parâmetro de dificuldade de controlar a praga é a quantidade de aplicações inseticidas que tem o bicudo como alvo: um número que cresce a cada safra. Assim, a eficiência da aplicação aérea é desejável, para diminuir a necessidade de pulverizações e os custos de produção, ao mesmo tempo em que não concede margem para o aumento da pressão da praga.
O fator que mais preconiza as estratégias de controle do bicudo é o fato de que, quando adulto, ele fica alojado nas brácteas e estruturas reprodutivas do algodoeiro, ficando difícil de ser atingido pelos produtos pulverizados. Além disso, por meio da tanatose, o bicudo finge-se de morto em situação de ameaça, lançando-se ao solo, onde se pode evitar contato direto com a solução inseticida aplicada nas partes aéreas.
Outra dificuldade de manejo está relacionada ao fato de que apenas o inseto adulto é devidamente controlado pelas aplicações, uma vez que larvas e pupas ficam majoritariamente no interior das estruturas reprodutivas das plantas, completamente protegidas.
A aplicação aérea, no entanto, é um método que pode driblar esses empecilhos, pois permite uma pulverização em gotas finas e baixo volume, de maneira a atingir o alvo com maior precisão e menos recursos, sendo mais provável alcançar o bicudo onde ele estiver por meio da operação aeroagrícola.
Outras pragas do algodão que são melhor controladas pela aplicação aérea
Esse método de aplicação não é vantajoso somente para o controle do bicudo. A rapidez, a precisão e a flexibilidade são características que tornam o uso de aviões vantajoso contra as principais pragas da cotonicultura, tais como:
- ácaro-rajado (Tetranychus urticae);
- ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus);
- lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens);
- lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella);
- percevejo-rajado (Horcias nobilellus);
- curuquerê (Alabama argillacea);
- tripes (Frankliniella schultzei).
Essas são as pragas que tiram o sono de qualquer produtor de algodão, mas que podem ser manejadas com eficiência por meio da aplicação aérea de um produto amplo espectro, o que diminui a quantidade de aplicações ao longo do ciclo da cultura, pela eficiência operacional e a qualidade do controle.
Qual o inseticida amplo espectro ideal para a aplicação aérea no algodão?
O controle do bicudo-do-algodoeiro recebe ainda mais poder aéreo quando o produto a ser aplicado é realmente eficiente. Por isso a Syngenta desenvolveu o inseticida Polytrin® para o controle de pragas do algodão, uma solução que entrega dois aspectos fundamentais para o produtor:
- controle poderoso do bicudo e das outras pragas já comentadas;
- poder desalojante que atinge o bicudo onde ele estiver.
Isso é possível por Polytrin® ser composto por ativos de dois grupos químicos diferentes (organofosforado e piretroide), o que permite que seu modo de ação tenha efeitos de contato, ingestão e profundidade. A combinação resulta em um produto inseticida e acaricida, que apresenta o tipo de formulação EC (concentrado emulsionável).
A solução proporciona um efeito desalojante contra o bicudo-do-algodoeiro, ou seja, Polytrin®, via aplicação aérea, incentiva que esses insetos saiam do interior das estruturas em que estão alojados e sejam contaminados pelo tarso. Com o rápido poder de choque da solução, o bicudo, assim como outras pragas, é paralisado de imediato, o que impede a continuidade dos danos na lavoura.
A flexibilidade de uso e o amplo espectro de controle de Polytrin® o posicionam como o inseticida-acaricida primordial, com efeito rápido que potencializa o manejo, especialmente quando combinado à velocidade da aplicação aérea.
Se o alvo é o bicudo, Polytrin® é seu poder aéreo, e a Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, com o objetivo de impulsionar o agronegócio brasileiro com qualidade e inovações tecnológicas.
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